O filme Still Life de Uberto Pasolini foi o grande vencedor do Festival Internacional de Cinema de Reiquiavique (RIFF), na Islândia, que encerra apenas amanhã as suas portas, mas que hoje já entregou os prémios da sua 10ª edição.
Pasolini, sobrinho do lendário cineasta Luchino Visconti, apesar de ter nascido em berço de ouro, ou como disse uma vez, «com cinco talheres de prata na sua boca», sempre gostou de abordar personagens de classe baixa normalmente desajustadas socialmente, tendo sido mesmo produtor do filme britânico The Full Mounty (Ou Tudo ou Nada), no qual um grupo de desempregados no Reino Unido encontra como solução para os seus problemas financeiros o striptease masculino.
Still Life, que marca a sua segunda experiência na realização [depois de Machan, em 2008], conquistou no RIFF o prémio de Melhor Filme na secção principal (Novas Visões), bem como o prémio FIPRESCI. Na obra seguimos John May (Eddie Marsan), um homem cujo trabalho é encontrar familiares ou amigos daqueles que morreram sozinhos. Se não encontrar ninguém, ele mesmo organiza os funerais, escolhe a musica e até escreve a elegia, mesmo que seja o único a ouvir as suas próprias palavras.
Segundo o júri do certame, constituído pela escritora e ativista Luciana Castellina, o fundador da WIDE management, Loïc Magneron, e a antiga presidente da Islândia, Vigdís Finnbogadóttir, a escolha da obra para o prémio de Melhor Filme esteve ligada à sua «sensibilidade, mensagem e qualidade artística». De notar que o júri decidiu ainda atribuir uma menção honrosa a Miss Violence [ler crítica] e a Bethlehem.
No que diz respeito a outros prémios, realce para o triunfo de Expedition to the End of the World, de Daniel Dencik, no prémio ambiental, enquanto The Lunchbox, de Ritesh Batra, foi consagrado com o Prémio da Igreja Islandesa.
Aqui fica a listagem dos prémios:
Papagaio-do-mar de Ouro (Melhor Filme): Still Life, de Uberto Pasolini
Menção Honrosa: Miss Violence, de Alexandros Avranas; Bethlehem, de Yuval Adler.
Prémio FIPRESCI: Still Life, de Uberto Pasolini
Prémio Ambiental: Expedition to the End of the World, de Daniel Dencik
Prémio Igreja da Islândia: The Lunchbox, de Ritesh Batra
Melhor Curta Islandesa: Whale Valley, de Guðmundur Arnar Guðmundsson
Menção Especial (curta): Sketch, de Stephen Barton
Ovo de Ouro (Para incentivar novos talentos): Good Night, de Muriel D'Ansembourg
Prémios Briö (som): Huldar Freyr Arnarson, Gunnar Óskarsson e Björn Viktorsson por Whale Valley.
Prémio do Público: We are the Best!, de Lukas Moodysson