Decorre até domingo, em Santa Maria da Feira, o encontro de cinematografias dos dois lados do Atlântico
Na sua 17ª edição, o Festival de Cinema Luso-Brasileiro, a decorrer no auditório da Biblioteca Municipal, organizado pelo Cineclube de Santa Maria da Feira, acentua um caminho já detetado em anteriores edições, assente no privilegiar de primeiras obras.
Os organizadores querem dar ao certame um cunho cada vez mais virado para a descoberta, e isso implica uma aposta decisiva em realizadores cujo percurso se perspetiva possa vir a ter raízes sólidas num futuro próximo.
Um dos destaque vai, por isso mesmo, para "E Agora? Lembra-me", de Joaquim Pinto, apresentada como "uma obra pendular entre a natureza e o amor, do mais arrebatador que já se viu no cinema português", e com projeção marcada para a noite do próximo sábado.
Seis longas metragens em competição
Até lá, todos os dias há sessões competitivas com longas e curtas-metragens. A seleção oficial é composta por seis longas e 28 curtas, com um interessante equilíbrio entre as diferentes cinematografias.
Este ano, e até pelas particulares circunstâncias em que está a viver o setor, os responsáveis do festival decidiram dar uma projeção especial ao cinema português, dedicando a totalidade dos programas especiais a cineastas portugueses.
A obra de Pedro Costa será objeto de um debate moderado por José Miguel Gaspar, organizado a partir da perspetiva da crítica, do realizador e da sua "família" cinematográfica, o que inclui, entre outros, técnicos e atores.
Joaquim Sapinho será o realizador em foco, com uma retrospetiva integral, que inclui "Corte de Cabelo", o filme que o revelou nos anos de 1990, e "Julião Sarmento", um filme menos conhecido do realizador.
Homenagem a Paulo Rocha
A secção "sangue novo" será dedicada a Patrick Mendes, mas há ainda lugar para a dupla João pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata, galardoados na anterior edição do festival.
Numa pequena homenagem a Paulo Rocha, falecido o ano passado, será exibido "Allegoria Della Prudenza", filme realizado para o festival de Veneza.
Hoje, às 21h, a secção competitiva de longas metragens será preenchida com "A Floresta de Jonhatas", do brasileiro Sérgio Andrade. Seguem-se, a partir das 23 horas, três curtas metragens, duas brasileiras ("Quarto Vazio", de Filipe Matzembacher, e "O sol pode cegar", de Toti Loureiro) e uma portuguesa (Rei Inútil", de Telmo Churro.
Fonte: Expresso